M.A.L.A. 2024

M.A.L.A. 2024

Sobre a M.A.L.A. e suas andanças

Após uma série de encontros virtuais, intensas trocas de ideias e um amadurecimento gradual ao longo do tempo, chegou o momento, em 2024, de colocarmos a M.A.L.A. em movimento! Monique Allain, artista visual residente em Nova York, Chica Boyriven, artista visual radicada em Paris, Lili Pardini, criadora de livros, com residência em Embu das Artes, e Estela Vilela, encadernadora com base em São Paulo, uniram suas experiências para oferecer uma residência artística online focada na produção do livro de artista.

O objetivo principal desta residência é estimular o intercâmbio e fomentar trocas entre temas emergentes e transversais que se manifestam de maneira expressiva no universo que entrelaça a biblioteca, o livro, a leitura e a produção artística contemporânea. É visível o crescimento de artistas que, hoje, com maior acessibilidade a ferramentas de produção, transitam do digital ao artesanal em um único projeto, apostando no livro de artista como uma linguagem expressiva e catalisadora de suas trajetórias. Seja o fotolivro, o livro-objeto, o poema visual, o zine, etc., independentemente da opacidade e ambiguidade das definições do termo, o livro de artista tem se destacado como uma forma de expressão única e inovadora em várias culturas.

Com o intuito de estabelecer intercâmbios consistentes e periódicos, criamos a M.A.L.A., à qual desejamos muitas jornadas, deslocamentos, novas percepções e ampliações de possibilidades estéticas, explorando diferentes perspectivas por meio de múltiplas lentes.

 

O projeto M.A.L.A. Morada Andarilha dos Livros de Artista, se destina a todos aqueles que queiram aprofundar um trabalho de pesquisa e produção em torno do livro de artista.

 

 

formato: online

período: 4 meses 

dia da semana: segundas-feiras | das 19h às 21h

total: 34 horas

início: 04 de março

término: 24 de junho

exposição presencial fora do Brasil: prevista para outubro / 2024

catálogo impresso: previsto para outubro / 2024

Sinopse

A M.A.L.A. – Moradia Andarilha de Livros de Artista – nasceu do desejo de  proporcionar uma aproximação mais estreita ao universo múltiplo dos livros de artista. Neles, imagens, fotografias, desenhos, escritos, mapas, grafismos, entre outros elementos, ocupam páginas, delineando espaços construtivos e narrativas visuais que desafiam nossa compreensão habitual em relação aos livros convencionais. Isso nos leva à indagação: afinal, quais possibilidades o livro oferece como suporte para expressão artística?

Para tentar responder a essa pergunta, idealizamos um percurso, ou melhor, uma residência artística focada no aprofundamento de processos criativos e no desenvolvimento de projetos individuais. Tem também como objetivo, explorar as temáticas subjacentes à produção artística e construir um eixo que permeie essas questões, fornecendo orientação e referências com o intuito de ampliar o repertório poético visual em suas possibilidades híbridas e interativas. Isso possibilitará o amadurecimento de uma linguagem pessoal, integrada aos conteúdos pertinentes à realidade sensorial e subjetiva de cada participante.

Todos os participantes serão estimulados a concluir a elaboração de um livro de artista, o qual será transportado na ‘mala’ rumo à exposição coletiva em um espaço expositivo fora do Brasil em meados de outubro de 2024.”

tema

“deslocamentos: olhares contemporâneos”

Para esta primeira edição, propomos um tema intrinsecamente ligado à concepção deste projeto: o deslocamento no espaço e no tempo. Nossa ‘bagagem’ especial de livros terá como “motus” inspirador o rico território de associações, alusões e ressignificações proporcionadas pela vasta obra de Guimarães Rosa.

Citando um trecho de ‘Grande Sertão Veredas’: ‘Eu não gostava muito de cintilâncias, o que via, via no mundo eu mesmo. Eu tinha uma bolsa, que não era bem de viagem, nem de pastas, e sim uma bolsa de garupa, minha mala de jeito vadio.’ Nesta passagem, Riobaldo habilmente descreve sua mala como algo flexível, transitório, um artefato de sua garupa, simultaneamente meio cheia e meio vazia. Com essa ambiguidade, ao longo da narrativa, ele nos conduz por territórios que não se limitam a meros movimentos geográficos físicos através do sertão, mas exploram também espaços repletos de incertezas e estranhamentos, representando uma exploração dos limites e contradições internas de sua personalidade.

Este breve trecho, que nos traz a ‘mala de jeito vadio’, inspira-nos e suscita diversas perguntas, tais como: o que desejamos genuinamente levar e compartilhar com os outros? Quais reflexões pretendemos instigar para promover um olhar mais crítico sobre a sociedade com os nossos trabalhos?

Com o objetivo de estimular novos olhares e diálogos, esperamos que este tema funcione como um gatilho narrativo, permitindo a cada um de nós criar histórias e possibilidades estéticas únicas, conferindo expressividade poética singular a elas.

Fica aqui o convite para explorar novos territórios, sejam eles geográficos ou simbólicos, e que a M.A.L.A., acompanhada dos livros, possa não apenas transformar estranhamentos em diálogos, mas também converter incertezas em descobertas, despertando novas perspectivas e narrativas em nosso percurso artístico.”

Orientadores

Convidados

Lista de Espera

Interessados para residência M.A.L.A/2025

 

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